segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Por que não posso posar na capa da Playboy?


Por Igor Gasparini

Essa e outras questões são levantadas por uma bailarina anã em espetáculo Proibido Elefantes, da Companhia Gira Dança, do Rio Grande do Norte. O trabalho, que mescla bailarinos com e sem deficiência, integra a programação da Mostra Internacional + Sentidos, organizada pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso. A programação conta com 11 espetáculos, de países como Portugal e Escócia, além do Brasil, todos com a proposta de inclusão. Confira a programação até o próximo dia 27.




Em parceria com as Secretarias da Cultura e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, as apresentações contam com recursos de audiodescrição, legendagem e Libras. O espetáculo Proibido Elefantes levou ao palco seis bailarinos com o intuito de discutir o olhar como porta de entrada e saída de significados. Segundo o release da própria Cia, “proibir elefantes é restringir o acesso, impedir o livre trânsito do animal que serve como meio de transporte na Índia, mas que causaria enormes transtornos em outras localidades”. Entretanto, o que se viu neste último domingo (13) foi justamente o oposto: a facilitação e a ampliação do acesso, seja no palco, seja na plateia.

Gira Dança é uma companhia de dança contemporânea formada por pessoas com e sem deficiência que tem como proposta artística ampliar o universo da dança através de uma linguagem própria, voltada para o conceito do corpo como ferramenta de experiências. A companhia, sediada em Natal/RN, foi fundada pelos bailarinos Anderson Leão e Roberto Morais e teve sua estreia nacional na Mostra Arte, Diversidade e Inclusão Sócio-cultural, realizada no Rio de Janeiro, em maio de 2005 e, desde então, tem apresentado em palcos de todo o Brasil um trabalho que rompe preconceitos, limites pré-estabelecidos e cria novas possibilidades dentro da dança contemporânea” – Site da Cia.


Entre movimentos, relatos e questionamentos, o espetáculo toca o público e o obriga a refletir. Corpos distantes do “perfeccionismo” clichê da dança, esfregam outra realidade aos olhos daqueles que vêem. Um espetáculo intenso e crítico, longe de preocupar-se com qualquer beleza estética, faz de cada segundo uma reflexão. Ao final, migalhas de pão, moedas e roupas velhas são atiradas no “pobre deficiente”, colocando o público inteiro, imediatamente, em pé, aplaudindo e aplaudindo... 

2 comentários:

  1. Passando para agradecer pelo carinho e por ter ido nos prestigiar!!

    Anderson Leão

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    1. Imagina Anderson!
      Eu é que agradeço pelo excelente espetáculo!
      Abraço, Igor Gasparini

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