Por Igor Gasparini
Essa e outras questões são
levantadas por uma bailarina anã em espetáculo Proibido Elefantes, da Companhia Gira Dança, do Rio Grande do Norte. O trabalho, que mescla
bailarinos com e sem deficiência, integra a programação da Mostra Internacional
+ Sentidos, organizada pela Secretaria
de Estado da Cultura de São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso. A programação
conta com 11 espetáculos, de países como Portugal e Escócia, além do Brasil, todos
com a proposta de inclusão. Confira a programação até o próximo dia 27.
Em parceria com as Secretarias da
Cultura e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, as apresentações contam com
recursos de audiodescrição, legendagem e Libras.
O espetáculo Proibido Elefantes levou
ao palco seis bailarinos com o intuito de discutir o olhar como porta de
entrada e saída de significados. Segundo o release
da própria Cia, “proibir elefantes é restringir o acesso, impedir o livre
trânsito do animal que serve como meio de transporte na Índia, mas que causaria
enormes transtornos em outras localidades”. Entretanto, o que se viu neste
último domingo (13) foi justamente o oposto: a facilitação e a ampliação do
acesso, seja no palco, seja na plateia.
“Gira Dança é uma
companhia de dança contemporânea formada por pessoas com e sem deficiência que
tem como proposta artística ampliar o universo da dança através de uma
linguagem própria, voltada para o conceito do corpo como ferramenta de
experiências. A companhia, sediada em Natal/RN, foi fundada pelos bailarinos
Anderson Leão e Roberto Morais e teve sua estreia nacional na Mostra Arte, Diversidade e Inclusão
Sócio-cultural, realizada no Rio de Janeiro, em maio de 2005 e, desde
então, tem apresentado em palcos de todo o Brasil um trabalho que rompe preconceitos,
limites pré-estabelecidos e cria novas possibilidades dentro da dança
contemporânea” – Site da Cia.
Entre movimentos, relatos e
questionamentos, o espetáculo toca o público e o obriga a refletir. Corpos
distantes do “perfeccionismo” clichê da dança, esfregam outra realidade aos
olhos daqueles que vêem. Um espetáculo intenso e crítico, longe de preocupar-se
com qualquer beleza estética, faz de cada segundo uma reflexão. Ao final,
migalhas de pão, moedas e roupas velhas são atiradas no “pobre deficiente”,
colocando o público inteiro, imediatamente, em pé, aplaudindo e aplaudindo...
Passando para agradecer pelo carinho e por ter ido nos prestigiar!!
ResponderExcluirAnderson Leão
Imagina Anderson!
ExcluirEu é que agradeço pelo excelente espetáculo!
Abraço, Igor Gasparini